O Sagrado Coração por ocasião da morte de Nosso Senhor – Santa Mechtilde

Postado dia 03/04/2021

O amor conduziu nosso Divino Salvador ao caminho do sofrimento, onde o conservou até á morte.

Santa Mechtilde perguntou ao Senhor como havia Ele expirado tão depressa, após três pulsações do Seu divino Coração. Ele respondeu: “Quando em transporte de alegria a Santissima Trindade criou a Minha alma, imediatamente as Três Pessoas Divinas, rodeando-a com o Seu amor inefável, se apossaram completamente della, dando tudo o que tinham á Minha alma – o Pai a Sua onipotência; o Filho a Sua increada sabedoria; o Espirito Santo a Sua bondade e amor.Possuiu desde então a Minha alma pela graça, o que possui a Divindade por natureza. Nesse momento o desejo divino e eterno entretido sempre pela Santíssima Trindade, de unir a natureza humana com a Divindade, para redimir os homens, encheu a Minha alma de profundo amor, incitando-a ao cumprimento da tarefa. Compreendi também, na sabedoria divina, em visão perfeitamente clara, a gloria de Minha humanidade e a tarefa empreendida, em consequência da qual deveria da morte de Nosso Senhor.

Eu dedicar-Me inteiramente á salvação dos homens. Esse pensamento enchia todo o Meu ser de alegria divina. A infusão do misericordioso amor do Espirito Santo em Minha alma a dispunha e animava tão eficazmente para a salvação da humanidade que Me pareceu o encargo de extrema doçura. Desde o momento de Minha conceição pelo Espirito Santo, ao ser a Minha alma unida ao Meu corpo, esse desejo divino foi dirigido pelo poder divino, e a alegria por sabedoria divina, sendo a força de seu amor suavizada pela unção do Espirito Santo, tornando-Me desta forma possível a vida temporal. Mas, chegando o momento da Minha morte, esse amor onipotente, sábio e misericordioso, que no começo fizera pulsar tão violentamente o Meu Coração, cedeu á força superior da divindade, dando livre curso ao Meu desejo e alegria.

Encheu-se então o Meu Coração de amor incomparável, infinitamente superior a todos os outros amores. A separação de Meu corpo e alma, que todas as outras privações não puderam conseguir, foi obra do amor.”

Vemos, assim que a vida de Nosso Senhor só foi possível pela repressão de Seu amor, pois a Sua morte adveio ao dar-lhe livre curso. O Sagrado Coração não o pode conter, partiu-se, e, sobre o leito cruento da Cruz, Jesus, como Sua Mãe, só morreu de amor.