O que é Indulgência?

Postado dia 10/08/2015

As indulgências são usadas desde os primórdios da Igreja para remir a pena temporal dos pecadores. Elas exigem do penitente ao cumprir as indulgências um profundo amor a Deus e o repúdio radical ao pecado.
Após o Concílio Vaticano II, o Papa Paulo VI na Constituição Apostólica Indulgenciarum Doctrina, mostrou aos fiéis o sentido profundo e teológico das indulgências, incitando os católicos ao espírito de contrição e penitência ao realizar as obras indulgenciadas, removendo todo mecanicismo espiritual.
De acordo com a referida constituição Apostólica pode-se definir indulgência como: “Indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida aos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos”.( Norma 1)[1]
Neste sentido continua o Prof. Felipe de Aquino: Em primeiro lugar, é ‘remissão”, isto é, livra, liberta, da “ pena temporal” devida aos pecados já perdoados. Todo pecado tem duas consequências: o da culpa e o da pena, devido à desordem causada pela culpa. /então para que alguém fique totalmente redimido do pecado é preciso que obtenha de Deus o perdão da culpa, mediante o Sacramento da Reconciliação, e restaure a ordem violada pelo pecado, cumpra a pena.”[2]
Assim, devemos explicar melhor que, todo pecado tem duas consequências: o da culpa e o da pena, devido à desordem causada pela culpa.
Conforme as orientações litúrgico-pastorais sobre Indulgências: “As Indulgências não perdoam pecados. Elas são graças especiais e específicas para amadurecer o processo de conversão do fiel arrependido que, tendo sido perdoado, deseja reiniciar uma vida nova”[3].
Desta forma, para que alguém fique redimido de seus pecados, é preciso que obtenha de Deus o perdão de sua culpa, por meio do Sacramento da Reconciliação, e, restaure a ordem violada como consequência de seu pecado, cumprindo a pena.
Assim, continua o Prof. Felipe de Aquino: “ Como a justiça de Deus é perfeita, toda violação deve ser reparada, pois Ele é Pai, mas não é paternalista. Deus não é conivente com o mal e nem “ passa por cima das suas consequências”, como se não as tivesse notado. Qualquer pai, mesmo perdoando ao filho os seus erros, não deixa, no entanto, de corrigi-lo para que abandone o erro e repare seus estragos.”[4]
É muito importante ainda enfatizar que: “…a expiação das faltas não quer dizer castigo de Deus, mas é exigida para apagar as sequelas do pecado deixadas na alma do pecador. Isto liberta o pecador das suas paixões e aumenta na sua alma o amor a Deus, que o faz rejeitar todo pecado. Assim, são arrancadas as raízes do pecado que ainda permanecem após o perdão das culpas.”(grifo nosso )[5].
Neste sentido, para entender a finalidade das indulgências, concluímos com os ensinamentos das orientações litúrgico-pastorais, que é: “Ajudar os fiéis na satisfação das penas merecidas por seus pecados, mas ainda, e, sobretudo, para nos impulsionar a um maior fervor de caridade[6].

[1] AQUINO, Prof. Felipe. O PURGATÓRIO o que a Igreja ensina. Incluindo “O Tratado do Purgatório” de Santa Catarina de Gênova. P 45
[2]AQUINO, Prof. Felipe. O PURGATÓRIO o que a Igreja ensina. Incluindo “O Tratado do Purgatório” de Santa Catarina de Gênova. P 45
[3] Indulgências- Orientações litúrgico-pastorais. Editora Paulus. p 5
[4] AQUINO, Prof. Felipe. O PURGATÓRIO o que a Igreja ensina. Incluindo “O Tratado do Purgatório” de Santa Catarina de Gênova. P 42

[5] AQUINO, Prof. Felipe. O PURGATÓRIO o que a Igreja ensina. Incluindo “O Tratado do Purgatório” de Santa Catarina de Gênova. P 47

[6] Indulgências- Orientações litúrgico-pastorais. Editora Paulus. p 15