O QUE É A ENTRONIZAÇÃO – Pe. Osvaldo Gonçalves – 1º Edição 1985

Postado dia 27/09/2017

 

 

Agora, é preciso esclarecer um pouco mais o que é a Entronização[1].

Desde que alguém se diz cristão, deveria ter Jesus Cristo entronizado em seu coração. Pois, ser cristão é ser imagem viva de Jesus, procurando cuidar para que exista uma semelhança com Ele, em sua própria pessoa e na pessoa dos outros, como irmãos que somos em Cristo.

Os compromissos cristãos da família são assumidos no Batismo, na Crisma, no Matrimônio, na Eucaristia. Estes são os sinais sacramentais de nossa união cada vez mais viva e profunda com Cristo e com a comunidade cristã. Mas nós sentimos necessidades de encontrar mais sinais de adesão de a Deus. Sinais tocantes, sinais permanentes, que evoquem à nossa mente os compromissos já assumidos e os reatualize de um modo significativo em nossa vida diária.

A Entronização é um gesto significativo. Colocar algo no lugar de destaque cercá-lo de atenção, rodeá-lo com sinais de apreço, como flores e luzes realçam o seu valor para nós. E isso feito como um gesto religioso significa mais ainda. É um recurso para expressar o nosso amor a Deus, manter viva a fé, reafirmar os nossos desejos de fidelidade, ter presentes os compromissos cristãos em meio aos apelos rotineiros da vida diária, dentro e fora do lar.

A Entronização do Sagrado Coração de Jesus é a Entronização do Amor no lar, sempre a serviço da implantação do Reino de Deus no compromisso explícito da família, de viver o Evangelho.

Esta obediência se vive especialmente pela ajuda mútua na formação das pessoas e da comunidade familiar, com a vontade de ir muito além das fronteiras da própria família.

O gesto da Entronização consiste em colocar a imagem de Jesus, em um lugar especial da casa, para recordar a sua presença permanente no lar. A imagem traz em destaque o coração como símbolo do amor. É um sinal que nos lembra o amor de Jesus por nós, e que se deve revelar ao mundo através da nossa própria vida de amor em família.

Não se faça, porém, apenas um ritual. É necessário que o gesto seja expressivo de uma vontade decidida de viver o Evangelho; de cumprir plenamente os compromissos do Batismo, da Crisma, do Matrimônio, da Eucaristia; de amar a Deus sobre todas as coisas e de amar ao próximo como Jesus amou.

É necessário viver a Religião de uma maneira viva e esclarecida, em que as pessoas estejam abertas para a comunidade, procurando superar todo egoísmo e todo pecado. Criar um ambiente de família onde o amor predomine, haja um ambiente educacional voltado para Deus e para os valores eternos. Ambiente onde se cultiva a fé, onde a família tenha hábitos de oração e de vivência plena do Domingo, Dia do Senhor.

Que a imagem de Jesus não seja apenas um enfeite a mais na casa. Que aconteça de fato uma ENTRONIZAÇÃO. Que Ele seja recebido num trono como Rei, não, porém para ficar distante. Seja recebido como alguém que está próximo, que é irmão, que é amigo, que ama a cada um e que merece o amor grande e profundo de todas as pessoas, que formam a comunidade familiar. Seja recebido como o Filho de Deus, que quis nascer entre nós, segundo o plano do Pai, tornando-se um de nós, igual às nossas condições em tudo, exceto no pecado. Seja recebido como Rei de amor, bem no centro da família, para ter o lugar principal na vida da família e de cada pessoa, como ponto de união e fonte de amor mútuo.

Como o próprio Senhor Jesus, Rei de Amor, a família estará sempre a serviço das pessoas e, através das pessoas, a serviço da comunidade dos homens.

 

 

[1] GONÇALVES, Pe Osvaldo. O QUE É A ENTRONIZAÇÃO. 1º Edição 1985. Promoção da Familia Editora. P 19/22