Escravidão de Amor

Postado dia 10/08/2015

 

 

A Santa Escravidão de Amor é uma devoção antiquíssima, que remonta aos primeiros séculos da Igreja, passando pela escola francesa de XVII, do cardeal Bérulle, Boudon, até chegar em São João Eudes, mas foi com São Luis Grignion de Monfort que a doutrina e a prática da Santa Escravidão de Amor encontrou sua expressão mais perfeita e tornou-se popular.
No “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem” de São Luis Grignion de Monfort a doutrina e a espiritualidade da Escravidão de Amor encontra sua expressão mais sublime. Em sua introdução São Luis imortalizou sua doutrina ao afirmar: ‘ Foi por meio da Santíssima Virgem que Jesus Cristo veio ao mundo e é por meio d’Ela que Ele deve reinar no mundo” (TVD 01). Assim, o Reinado de Maria é o meio pelo qual se dará o Reinado de Jesus Cristo.
Este livro foi escrito em 1712, porém devido à sua grande força de levar as almas à verdadeira santidade, este livro foi fortemente combatido pelo inimigo infernal, que tentou destruí-lo, mas não conseguiu pelo poder de Deus,porém o inimigo conseguiu escondê-lo por 130 anos.
Entretanto, isto foi previsto no próprio Tratado da Verdadeira Devoção por São Luis: “Vejo animais frementes que se precipitam furiosos para destruir com seus dentes diabólicos este pequeno manuscrito e aquele de quem o Espírito Santo se serviu para compô-lo, ou ao menos para fazê-lo ficar escondido no silêncio de um baú a fim de que não apareça”(T.V.D 114).
Apenas no ano de 1842, exatamente 130 anos após ter sido escrito, o livro foi achado em um baú de livros velhos, e , publicado tornou-se leitura obrigatória de toda alma piedosa que buscasse a santidade.
Nossa Senhora confirmou a profecia de São Luis Grignion em Fátima, em 1917, quando apareceu aos três pastorinhos anunciando o tema principal deste site, que é a profecia: “POR FIM MEU IMACULADO CORAÇÃO TRIUNFARÁ”, e indicando como meio para que este triunfo aconteça é a DEVOÇÃO AO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA.
Neste sentido, dentre as devoções, a mais sublime é a TOTAL CONSAGRAÇÃO por meio da SANTA ESCRAVIDÃO DE AMOR, onde são exemplos de santos que se entregaram à Santa Escravidão de Amor como uma devoção perfeita para suas vidas como São João Maria Vianney,São João Bosco, São Domingos Sávio, Santa Terezinha, Santa Gema Galgani, São Pio X, São Pio de Pietrelcina e tantos outros.
No entanto, um dos maiores apóstolos da Escravidão de Amor da atualidade foi nosso amado Papa João Paulo II, que adotou como seu lema pessoal o “Totus Tuus Mariae”, desde sua consagração ainda seminarista, tornou-se um exemplo vivo de consagração à Nossa Senhora. Foi com João Paulo II que a consagração a Maria atingiu o ápice de cunho oficial, quando em Fátima (Portugal), 13 de Maio de 1982, João Paulo II fez a consagração dos povos ao Imaculado Coração de Maria, conforme pedido de Nossa Senhora de Fátima.
Como afirma Dom Antônio Maria Alves de Siqueira, devemos insistir na palavra ‘escravo”, “ pois significa total e incondicional entrega. Vivemos numa época que exalta a liberdade como maior dom de Deus à criatura racional. Mas verificamos consternados, que afastando-se do Senhor, nossos contemporâneos, ao pretender se libertar, escravizam-se a todos os ídolos modernos de ambição, pecados, prazeres, riquezas e honras ou ideais puramente humanos e passageiros…[1]”
Deste modo, foi Deus que em sua divina Providência quis colocar Maria no plano de Nossa Redenção, pois com Eva nossa primeira mãe, foi pelo demônio posta no mundo de nossa ruína, e Maria nossa mãe verdadeira, foi por Deus colocada no plano de nossa Redenção. Foi por Maria que Jesus veio ao mundo e a nós. E é por Maria que devemos voltar a Jesus e a Deus[2].Assim, desta vontade manifesta de Deus se deduz que a devoção a Nossa Senhora nos é indispensável para a salvação. Assim, Deus o quer.
Entretanto, de acordo com Dom Antônio Maria Alves, “para que essa devoção seja uma meio seguro de obter nosso fim sobrenatural, é preciso que conte com qualidades que a demonstrem verdadeira:
Deve ser interior, não se limitando a expressões externas sem alma, sem sentido profundo.
Deve ser terna, aproximando-nos de Maria como filhos amorosos que de todo se entregam à sua Mãe carinhosíssima.
Deve ser santa, afeiçoando-nos à imitação das virtudes perfeitas de Nossa Senhora.
Deve ser firme, não se contentando de fervor passageiro ou sentimental, mas ser disposição habitual e decisiva de servir Nossa Mãe e Rainha.
Deve ser desinteressada, não tendo em mira principalmente nosso proveito, mas antes a glória de Nossa Senhora
Dentre as devoções a Maria, que contam todos esses predicados, salientamos conforme Dom Antônio Maria ,a Escravidão de Amor.
Por esta devoção[3]:
a)Entregamo-nos inteiramente a Nossa Senhora, mercê de um ato de consagração, após exercícios preparatórios.
b) Vivemos habitualmente nossa inteira entrega, procedendo em tudo como Escravos de amor desta amável soberana.
A Escravidão de amor é um Estado de total dependência de Maria, no qual, embora conservando a nossa liberdade, no entanto, dela não nos queremos servir senão para a glória de Deus e de Maria, estreitando o mais intimamente possível os laços que, já como filhos, a Ela nos prendiam afetuosamente.
A Ela nos entregamos para que mais seguramente reine em nós Jesus Cristo, nosso último fim e único Senhor.
A consagração total a Nossa Senhora nos faz imitar a Jesus Cristo, que se quis submeter a Ela, por nosso amor. Faz-nos reconhecer os sublimes direitos e glórias de Maria, Mãe de Deus, Rainha dos corações. Faz-nos receber mais graças, porquanto, mercê de sua cooperação na obra redentora, Maria é a mediadora universal de todas as graças e favores divinos. E nos une mais fortemente entre nós, venturosos filhos da mesma incomparável mãe[4].
Mediante o ATO DE CONSAGRAÇÃO nos entregamos totalmente a Maria, confiando nosso ser inteiro, nossas potencialidades, capacidades, inteligência, enfim nossa pessoa; nossos bens temporais, dos quais seremos apenas depositários; nossos bens espirituais, com merecimentos e virtudes, para que Ela os guarde e multiplique, para sua maior glória e de Deus, bem como o valor de nossas boas obras, passadas, presentes e futuras.
O Ato de Consagração deverá ser precedido por uma preparação de 30 dias, assim distribuídos:
I – Doze dias preliminares – dedicado ao desapego do mundo;
II – Primeira semana – dedicada ao conhecimento de si mesmo;
III- Segunda Semana – dedicada ao conhecimento da Santíssima Virgem;
IV – Terceira Semana – para o conhecimento de Jesus Cristo;
No final, deve-se fazer uma confissão geral.

[1] Siqueira, Dom Antônio Maria Alves de. Consagração a Nossa Senhora. Editora Santuário.13 edição. p. 12
[2] Siqueira, Dom Antônio Maria Alves de. Consagração a Nossa Senhora. Editora Santuário.13 edição. p. 13

[3] Siqueira, Dom Antônio Maria Alves de. Consagração a Nossa Senhora. Editora Santuário.13 edição. p. 14

[4] Siqueira, Dom Antônio Maria Alves de. Consagração a Nossa Senhora. Editora Santuário.13 edição. p. 14