Depois da Santa Comunhão

Postado dia 06/08/2015

Viestes finalmente, oh meu Jesus, e descestes ao meu coração. O vosso Coração, portanto, e o meu, não são mais que um só coração.

Oh meu amor, oh excesso de amor, oh Coração infinitamente amável, santo e perfeito, eu Vos amo de todo o meu coração, com toda a minha alma e com todas as minhas forças! Obrigado, mil vezes obrigado, oh meu Jesus! Eu não possuo senão um coração, mas esse coração será de hoje cm diante sempre vosso, com todas as suas pulsações, com todos os seus afetos. Não possuo senão uma alma, mas essa alma eu Vo-la ofereço a Vós com todas as suas potências, a saber: com sua memória, inteligência e vontade. Não possuo senão um corpo, mas esse corpo eu Vo-lo consagro com todos os meus sentidos. Não quero ser senão vosso não só hoje, mas para todo o sempre. Vós vos tendes dado todo a mim e eu me dou todo a Vós, querendo até fazer mais, pois, eu me constituo vosso escravo. Aceitai-me, bom Jesus, como vosso escravo, prendei-me ao vosso Coração com as correntes do vosso amor e tratai-me na qualdade de humilde escravo. Ó sim, Vos peço, me concedais esta graça. E se um dia, esquecido deste grande favor que acabastes de me fazer, chegasse a ter a desgraça de desmerecer de vossa Grande Promessa, lembrai-Vos deque sou escravo vosso, tratai-me com a dureza dos flagelos até que volte a Vós com as lágrimas de uma sincera penitência. Esta é a maior graça que Vos peço, ó Coração do meu Jesus, porque conheço e declaro minhas culpas: a minha miséria, o meu nada. Mas, meu Jesus, como poderia eu ofender-Vos outra vez. Depois de ter tido a ventura de começar as nove sextas-feiras, tão apreciadas por Vós? Será possível tamanha ingratidão de minha parte? Oh, meu Jesus, Vós vedes a minha sinceridade; pois Vos digo que eu Vos amo, eu vos tenho jurado um amor e uma fidelidade eterna. A Vós eu consagrei o meu corpo, o meu coração, a minha alma. a Vós eu dou todo o meu ser. Fazendo-me vosso escravo. Mas, meu Jesus querido, é o meu amor que Vos consagro, que me faz estremecer, sim, me faz estremecer pelo pensamento de que Vos posso perder. Lu, porém, hei de contemplar o vosso Coração, o vosso lado e desse Coração rasgado e desse lado aberto ouvirei as palavras consoladoras de esperanças que um dia dirigistes a vossa amada filha Margarida: “Eis a chaga do meu lado que vos servirá de moradia por ora e para sempre. A abertura é estreita, é necessário ser pequeno e despido de tudo para poder introduzir-se nela. Tu, minha filha, entrega-te ao meu beneplácito, e deixa-me executar os meus desígnios sem te preocupares de coisa alguma. Pensa se pode perecer uma filha tão amada, estando presa aos braços do Onipotente”.

Oh, quanto conforto, quanta consolação não trazem ao meu coração estas santas palavras do vosso amor. Oh, meu Jesus, eu Vos respondo como Margarida: “Oh, meu Jesus. Vos me bastais, fazei em mim e por mim o que for de vossa maior glória, sem dar reparo às minhas satisfações e aos meus interesses. Para mim basta que Vós estejais contentes”.