Cerco de Jericó

Postado dia 10/08/2015

O Cerco de Jericó, de acordo com o Pe. Alberto Gambarini, “consiste em uma semana incessante de batalha espiritual, com intensificação da oração pessoal, Missa diária, visita ao Santíssimo, vigílias e o Terço de Nossa Senhora”[1].

Neste mesmo sentido, continua Pe. Gambarini: “Recorda um fato importante do Antigo Testamento: a conquista da cidade de Jericó pelos judeus, liderados por Josué (Js 6,1ss). O plano da vitória foi revelado por Deus, de um modo concreto e detalhado. Durante seis dias o povo deveria dar uma volta em torno da cidade. No sétimo dia, sete voltas. Josué e todo o Israel executaram fielmente as ordens recebidas. Durant a sétima volta, ao som da trombeta, todo o povo levantou m grande clamor e, pelo poder de Deus, as muralhas de Jericó caíram.

Uma outra origem da expressão “Cerco de Jericó” é a oração que se faz durante sete dias para pedir uma renovação do Espírito Santo, praticada pela beata italiana Elena Guerra, religiosa italiana do século XIX que insistia na necessidade de ajudar a Igreja a abrir-se uma maior Espírito Santo. Ela sentiu em seu coração a missão de falar ao Papa Leão XIII sobre a importância de “reacender neste mundo frio o Divino Fogo do Espírito Santo e abrir para os fieis um novo cenáculo, unindo-os em uma oração unanime e universal ao Espírito Santo”. O resultado dos cenáculos de Elena Guerra não tardaram: o Papa escreveu uma encíclica sobre a importância do Espírito Santo para a vida da Igreja e dos cristãos, instituiu uma novena obrigatória em preparação à festa de Pentecostes e consagrou o século XX ao Espírito Santo.

Por fim, temos a influência da oração realizada por ocasião da primeira visita do Papa João Paulo II à Polônia em 8 de maio de 1979, para a celebração dos 900 anos do martírio de Santo Estanislau, bispo da Cracóvia. No fim de novembro de 1978, sete semanas depois do Conclave que elegera João Paulo II, um grupo de católicos, com o intuito de uma preparação espiritual para a visita da Papa, inspirado no seu amor pela Virgem Maria, sentiu a necessidade de organizar, na primeira semana de maio 1979, no Santuário de Jasna Gora, um congresso mariano. Seriam sete dias e seis noites de Rosários consecutivos diante do Santíssimo Sacramento.

No dia da Imaculada Conceição, 8 de dezembro de 1978, Anatol Kazczuck, futuro responsável pelos Cercos de Jericó, apresentou o plano de trabalho do congresso mariano a Monsenhor Kraszewski, membro da Comissão Mariana da Conferência Episcopal Polonesa. A resposta foi: “É bom rezar diante do Santíssimo Sacramento; é bom rezar o Rosário pelo Papa; é bom rezar em Jasna Gora. Pode fazê-lo”.

Monsenhor Stefano Troca, bispo de Czestochowa e presidente da Comissão Mariana do Episcopado, aconselhou-os a não dar o nome de “congresso”, pra dar maior facilidade a sua organização. Como este “assalto” de Rosários devia durar sete dias, e, tal como em Jericó, como tinham certeza da vitória, surgiu o nome de Cerco de Jericó para a manifestação.

O reitor do Santuário de Jasna Gora também aprovou o projeto, mas não queria que se realizasse em maio por causa dos preparativos da visita do Papa. Dizia ele: “Seria melhor me abril”. Neste meio tempo veio a notícia de que as autoridades do governo comunista da Polônia haviam recusado o visto de entrada de João Paulo II.

Na primeira semana de maio de 1979 começou com grande fervor de 1979 começou com grande fervor o Cerco de Jericó. No dia 7 de maio, último dia de oração do Cerco, um comunicado oficial anunciava que o Santo Padre visitaria a Polônia de 2 a 10 de junho. O povo polonês viveu esses dias com o Papa com uma alegria indescritível. João Paulo II terminou a sua peregrinação consagrando, com todo o Episcopado polonês, a nação polaca ao Coroação Doloroso e Imaculado de Maria, diante de 1 milhão e 500 mil fieis reunidos em Blonic Kraskoskic. Depois dessa estrondosa vitória, foram organizados Cercos de Jericó sempre que o Papa João Paulo II realizava uma viagem apostólica. Para os poloneses, o Rosário tem um poder de exorcismo, pois “ele torna o demônio impotente”.

Por ocasião do atentado ao Papa, em 13 de maio de 1981, os poloneses lançara, de novo formidável “assalto” de Rosários e obtiver o seu inesperado reestabelecimento. Mais uma vez as muralhas de ódio de Satanás se abatiam diante do poder da Ave-Maria.

Aos poucos o Cerco de Jericó se espalharia por toda a Igreja, trazendo para seus participantes graças especiais. O cerco de Jericó é um verdadeiro exercício da fé. É uma oração para ser feita junto com outras pessoas, e também individualmente, diante de alguma grande luta espiritual.”

[1] GAMBARINI, Pe. Alberto. Cerco de Jericó. O Caminho da Vitória. Ed. Àgape, São Paulo, 2009. P 09.