Santa Catarina Labouré

Postado dia 10/08/2015

CATARINA LABOURÉ
A Santa do Silêncio

¨ SANTA CATARINA LABOURÉ ¨

Filha de Caridade

Serva dos Pobres

A MEDALHA MILAGROSA
Confiada à Irmã Catarina Labouré
por ocasião das manifestações de Maria, em 1830,
na Capela das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo.

SOB O CÉU DA BRUGONHA
Catarina Labouré vem ao mundo na aurora do mês de Maria, a 2 de maio de 1806, na pequena aldeia de Fain-les-Moutiers, situada no sudeste de Montbard, sobre o canal da Burgonha.
Logo no da seguinte, o sino da Igreja carrilha com toda força, na campina florida, anunciando o batismo de Catarina.

UMA ALDEIA PEQUENINA…

Elevando-se por entre as árvores, uma torrezinha pontiaguda, com algumas casas agrupadas em volta: é Fain-les-Moutiers, terra rica de prados, de trigais e de vinhas.
A poucos passos da igrejinha paroquial, num grande, num grande pórtico abobadado que dá acesso a um pátio da fazenda, rodeado por várias construções: é a propriedade dos Labouré.
À direita, um pombal maciço, como uma torre feudal; à esquerda, os sólidos compartimentos da casa: ampla cozinha com sua pitoresca queijaria e as duas lareiras, e em seguida, alguns quartos rústicos.

CATARINA NO CORAÇÃO DE UMA FAMÍLIA CAMPONESA

Os pais são de origem camponesa, raça sólida e equilibrada. O pai, o mestre Labna região. Em 1793, casou-se com uma jovem dos arredores: Luísa Gontard. Estava-se em pleno terror.
Com o nascimento de Catarina, já eram oito filhos: uma menina, Maria Luísa, e sete meninos. Mais tarde, no lar haverá ainda espaço para Tonine e Augusto.
Nesta família, onde reina tanto amor fraterno, Deus ocupa o primeiro lugar. Juntos, rezam a Ele, todas as noites, e as crianças aprendem as orações, muito antes de saber ler. De fato, a instrução de Catarina é considerada uma coisouré, goza da estima geral a secundária: a escola fica distante, não é obrigatória, e a mãe tem tanto que dizer!
Enfraquecida pelo duro trabalho e pelas maternidade frequentes, a saúde de Luísa Labouré declina. Morre aos 42 anos, deixando a família em grande sofrimento.
Privada da ternura materna, Catarina, com apenas nove anos, refugia-se no imenso amor de Virgem Maria:
“De agora em diante, Tu serás a minha mamãe”.

“VAMOS FAZER FUNCIONAR A CASA”
Após uma estadia de dois anos em casa de uma tia, em Saint-Remy, Catarina e Tonine, sua irmãzinha mais nova, voltam à fazenda. Catarina fará doze anos, é alta, forte e jeitosa para toda a lida da casa.
Durante sua ausência, Maria Luísa, a mais velha, conhecera em Langres as Filhas da Caridade e compreende sua vocação. É preciso partir, deixar pai, irmãos e irmãs. Catarina, decidida e prática, resolve a situação.
-“Tonine e eu poderemos muito bem movimentar a casa”, diz ela ao pai.
Pedro Labouré acaba cedendo. Maria Luísa seguirá livremente seu caminho e Catarina dirigirá a casa.
Uma grande fazenda exige muito trabalho, no entanto todos os dias, de madrugada, a menina se dirige para a igreja de Moutiers-Saint-JEan, para assistir à Missa.
Em 1818 fará sua primeira comunhão.

O CHAMADO…
Apesar de seu trabalho, a jovem sujeita-se a duras penitências. Jejua sexta-feira e sábado, mesmo durante os trabalhos mais pesados.Preocupada com saúde da irmã, Tonine ameaça dizer ao pai.
-“Pois vai”, respondeu Catarina em tom seco.
Pedro Labouré se contenta com fazer algumas observações.
Não tendo mais que temer repreensões, a adolescente refugia-se na igrejinha de Fain, logo que o trabalho permite. Aí reza de joelhos, sobre as lajes, mesmo quando geladas, no tempo do frio..
Na aldeia, todos estimavam Catarina. Apresentaram-se diversos partidos. Catarina é séria, corajosa, saudável e o pai possui muitos bens… A resposta invariavelmente é: não.

Pelos 19 nos, um estranho sonho confirma-lhe o verdadeiro sentido de sua vida: parece estar em oração, na igreja de Fain. No altar, um sacerdote idoso, revestido dos paramentos sagrados, celebra a missa. Terminada a cerimônia, ele se volta faz-lhe sinal para se aproximar. Catarina, assustada, foge… mas o sonho continua. Está agora à cabeceira de um doente. Lá está também o velho padre, e lhe diz:
“Minha filha, é bom tratar dos doentes. Agora foges de mim, mas um dia serás feliz por vir a mim. Deus tem os seus desígnios sobre ti, não o esqueças!”
O chamado será ouvido. Mas, fiel à lei do silêncio a que imporá a si mesma, durante toda a vida, não dirá uma palavra sobre este encontro; apenas conhecemos as palavras de Tonine:
“Ela já não era da terra… estava toda mística!”
O caminho da dedicação estava traçado: doação total, a serviço dos mais desfavorecidos, no seguimento de Jesus Cristo.
Em 1828, Catarina tem 22 anos, Tonine 20.
Esta pode agora substituí-la na fazenda.
Era chegada a hora de falar ao pai sobre sua vocação. Encontrando-se com as Filhas da Caridade que trabalham no Hospício de Moutiers-Saint-Jean, pensa entrar nessa comunidade.
A resposta é imediata e formal:
“Não te deixo ir”.
Catarina se submete ao pai, a quem tanto ama, embora com grande pesar no coração.
Pedro Labouré quer, a todo custo, desviar a filha dos seus projetos. Que fazer então?
Talvez uma temporada em Paris, em casa do filho Carlos, que tem um restaurante para operários, possa fazê-la mudar de idéia.
Poucos dias depois, Catarina, muito sofrida, mas obediente, toma lugar na carruagem de Paris.
Jamais tornaria a ver a torrezinha pontiaguda de Fain-les-Moutiers.

A GRANDE MUDANÇA…
Em Paris, no restaurante de seu irmão, Catarina trabalha corajosamente. Este serviço, que se prolonga por todo ano. é para ela fonte de grande sacrifício.
Sua cunhada, esposa de Humberto Labouré, dirigia, em Châtillon-sur-Seine, um pensionato, frequente pelas melhores famílias da região.
Carlos, impressionante com a angústia da Irmã, prepara, sem dúvida os caminhos para uma solução benéfica. Em breve, Catarina deixa Paris, por Châtillon.
Embora calorosamente acolhida, sente-se pouco à vontade naquele meio aristocrático, que não condizia muito com sua simplicidade. Mal chega, já sonha voltar.
No entanto, DEUS a esperava ali.
“Eis o Padre que vi em sonho!”
Sabendo da existência duma casa de Filhas da Caridade naquela cidade, Catarina resolve ir até lá; seu desejo de se tornar Religiosa cresce cada vez mais e quer confiar isto à Superiora. É conduzida ao parlatório. Um quadro atrai sua atenção, é o retrato de um padre idoso… Mas ela já viu este olhar que a fita com doçura…
-“Eis o Padre que vi em sonho! É o mesmo, mas, quem é ele?”
-É o nosso fundador, São Vicente de Paulo”, reponde-lhe a jovem Irmã que a acompanha.
Ele havia dito: “Virás a mim…” E Catarina veio.
Ela silencia, mas uma grande luz a ilumina, a paz e a alegria inundam seu coração.
-Catarina será Filha da Caridade-
As relações com o pai continuam tensas. Ele ainda espera um regresso.
A Senhora Humberto Labouré consegue convencê-lo e, depois de muito hesitar, acaba consentindo.
Nos princípios de 1830, Catarina começará seu Postulado na Casa de Châtillon-sur-Seine.
Está profundamente feliz. Uma alegria serena fá-la cumprir com amor e entusiasmo todas as suas atividade cotidianas. Catarina descobre a imensidão da miséria e a urgência emm atenuá-la.

SENHOR, AQUI ESTOU…
Três meses depois, a 21 de abril de 1830 Catarina transpõe a grande porta da Casa Mãe das Filhas da Caridade, 140, rue du Bac, em Paris, para ali passar o seu tempo de formação.
Estava ainda vestida como as jovens de sua aldeia: saia rodada e avental de seda, grande chale com franjas, touquinha branca,prendendo bem os cabelos…
Para Catarina,é o passo definitivo…
“Senhor, aqui estou…”

UMA NOVIÇA
COMO TODAS AS OUTRAS…

Catarina, vestida com a roupa das noviças, inicia fervorosamente esta nova etapa de sua vida de Filha da Caridade.
Quatro dias após a sua chegada no seminário, houve a transladação do corpo de São Vicente de Paulo, da catedral de “Notre Dame” de Paris – onde estava exposto desde o dia 10 de abril de 1830 – para a capela dos Lazaristas, 95, rue de Sèvres, em Paris.
No domingo, 25, foi celebrada uma missa solene na catedral, diante do relicário do grande apóstolo da caridade.
À tarde, relicário, conduzido por 30 padres da Missão é seguido por grande multidão: padres, autoridades civis e religiosas, pobres, o povo de Paris; a procissão é um cortejo triunfante em honra do Padre Vicente. Oitocentos Filhas de Caridade precedem o cortejo. Entre elas, Catarina, com o coração cheio de alegria.
Mais um sinal que lhe faz São Vicente.
“Feliz parecia-me não estar mais na terra!”, escreveria ela mais tarde.
Depois da transladação, as festas se prolongaram com uma novena, na capela dos “Padres Lazaristas” onde o relicário fica exposto. As Irmãs vêm diariamente rezar diante das santas relíquias.
“Eu tinha tanta pena de deixar São Lázaro… Mas, encontrava outra vez São Vicente, ou pelo menos o seu coração, onde ele me aparecia, cada vez que eu voltava. Tinha a consolação de vê-lo, por cima do pequeno relicário, na capela das Irmãs… Apareceu-me três vezes, diferente, três dias seguidos: branco cor de carne, o que anunciava a paz, a serenidade, a inocência e a união; e depois vermelho fogo, que deve acender a caridade nos corações; e depois vi-o vermelho escuro, que me dava tristeza no coração; esta tristeza estava relacionada com a mudança de governo”.
Três meses mais tarde, o Rei Carlos X é derrubado e a França entregue aos horrores da Revolução.
Irmã Catarina relata a seu confessor este fatos extraordinários. Padre Aladel, jovem Lazarista, escuta em tanto duvidoso as palavras de sua penitente. Aconselha-a a continuar tranquila e humildemente o seu noviciado.
Assemelhava-se às outras em tudo, no entanto, escreverá mais tarde:
“Eu era favorecida com uma grande graça, que era ver Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento. Vi-O durante todo o tempo do meu Seminário… exceto nos dias em que duvidava…”
Apagada, é apenas uma Irmã entre as outras, no entanto, a Virgem Maria a observa.
“A humildade das boas camponesas impede que tenham ambições. Não querem senão o que Deus lhes deu. Não desejam mais grandeza nem mais riqueza do que a que possuem”.

 

Corpo de Santa Catarina Labouré

 

 

São Vicente de Paulo
25 de janeiro de 1643.