AOS PÉS DO CORAÇÃO DE JESUS – PRIMEIRA HORA SANTA – Pe. Mateo,SS.CC.

Postado dia 04/08/2017

 

J= Jesus; L= Leitor; T= Todos; C= Comentarista

 

 J — Eis o Coração que tanto amou os homens… Contemplai-o, filhos meus, saciado de opróbrios, nesta hóstia em que ele palpita, entre incêndios de caridade, por vós… Só por vós! E não podendo suportar por mais tempo os ardores que o consomem, quis entregá-lo a este mesmo mundo que o atravessou com o dardo da ingratidão e da dor… Eis o supremo e último recurso de minha redenção…

Aqui tendes o meu Coração. Eu vo-lo dou, vo-lo entrego sem reservas, em troca do vosso, pecador e ingrato… Oh! Tenho sede imensa de ser amado neste Sacramento do altar!… Nele tenho sido até agora o rei do silêncio, o monarca do esquecimento… Mas chegou a hora dos meus triunfos… Venho reconquistar a terra… Sim, hei de subjugá-la, em que pese ao inferno. Salvá-la-ei pela onipotência de meu Coração. Aceitai-me, eu vo-lo peço… Estendei-me as mãos e a alma para receberem este supremo dom da minha misericórdia redentora… Fogo venho trazer a terra, fogo de vida, de amor sem limites, fogo de santidade, fogo de sacrifício e que hei de querer senão que arda?…

Ponde os olhos em meu peito ferido… Aí tendes o Coração que vos amou até ao abatimento de Belém… E mais, até as humilhações e obscuridade de Nazaré… Muito mais ainda, até as agonias afrontosas do calvário… É este o mesmo Coração que deixou de pulsar no Gólgota; sim, o mesmo que continua amando na fogueira inextinguível do altar… da Santa Eucaristia.

E vós não me amais!

Por isso estou triste até a morte…

Por isso, me aflige até a agonia que a vinha de meus amores tenha produzido os espinhos que circundam meu Divino Coração… Arrancando-os nesta Hora Santa e amorosa, nesta hora feliz para vós e também para este Deus cativo que oferece amor, que espera amor, que pede amor no sacrário.

Desfaleço de caridade… Aproximai-vos e amparai-me nesta agonia sacramental de vinte séculos… Sede meus anjos consoladores!…

Amo-vos tanto, tanto… e não me amais bastante , meus amigos, meus favorecidos!… Ai! E o mundo desconhece todas as minhas finezas… rechaça as minhas ternuras… dissipa e profana as minhas misericórdias.

Estou triste até a morte… Vinde eis o Coração que jamais deixou de vos amar… Vinde, aceitai-o como penhor de ressurreição! Meus filhos, vinde e dai-me em troca do meu os vossos corações, vossas almas, vossas vidas, vossas dores e alegrias… Oh! sede todos meus!… E todos!… Perdôo-vos… mas amai-me!… Dizei-me de uma vez… dizei-me que sou vosso rei e que aceitais, reconhecidos, o dom incomparável de meu Sagrado Coração!

(PAUSA)

 

C — Somos indignos desse dom. Humilhemo-nos. E porque é grande a sua misericórdia, reclamemos o obséquio celestial que nos oferece para santificar-nos e dar-lhe glória.

L— Senhor Jesus, não esperes que, cedendo a teus apelos, te ofereçamos os nossos corações tão pobres… não. Toma-os, pois, porque são teus. Ah! Mas em troca dá-nos para sempre teu Divino Coração!

T— Dá-nos para sempre teu Divino Coração!

L— Por amor de Nossa Senhora, dá-nos, Jesus, teu Coração, nas horas de fervor, quando sentirmos desejos veementes de amar e de sofrer como os santos.

T— Dá-nos para sempre teu Divino Coração!

L— Por amor de São João, dá-nos, Jesus, teu Coração, nas horas de paz e quando desfrutarmos da doce tranquilidade de uma consciência pura ou perdoada…

T— Dá-nos para sempre teu Divino Coração!

L— Por amor dos teus três amigos de Betânia, dá-nos, Jesus, teu Coração, nas horas de pesar e de tristeza, quando caírem sobre as nossas almas às tormentas da dor…

T— Dá-nos para sempre teu Divino Coração!

L— Por amor dos Apóstolos predestinados do Tabor e de Getsêmani, dá-nos, Jesus, teu Coração, nas horas de exaltação e de provação…

T— Dá-nos para sempre teu Divino Coração!

L— Por amor de Madalena arrependida e das compassivas filhas de Jerusalém, nas horas de fraqueza humana ou quando nos solicitar a graça do remorso…

T— Dá-nos para sempre teu Divino Coração!

L— Por amor de tua Igreja, dá-nos, Jesus, teu Coração, nas horas de combate, quando ela nos reclamar o tributo do nosso zelo e também do nosso sacrifício…

T— Dá-nos para sempre teu Divino Coração!

L— Por amor de São Bernardo, Santo Agostinho e São Francisco de Sales, de Santa Matilde e Gertrudes, ditosos precursores desta admirável devoção, dá-nos, Jesus, teu Coração, nas horas de decisões, quando te aproximares em busca de maior fervor…

T— Dá-nos para sempre teu Divino Coração!

L— Por amor de tua Esposa e primeira apóstola, santa Margarida Maria, dá-nos, Jesus, teu Coração, em todos os momentos da vida e, sobretudo no transe final de nossa morte…

T— Dá-nos para sempre teu Divino Coração!

L— Oh! Sim, entrega-nos teu Coração como uma vida, como um oásis, como um céu. E, embora não mereçamos, confia-nos, Jesus, com ele todos os seus tesouros de luz de paz, de fortaleza, pois neste santuário divino queremos aprender a amar-te e a dar-te glória. Jesus, já nos deste a tua cruz, já nos deste a tua Mãe, já nos deste o teu sangue, dá-nos agora para sempre, Senhor, dá-nos o paraíso de teu Coração! Com ele, não ambicionamos nada mais nem no céu nem na terra.

(CANTO)

 

C— Vamos pedir a graça da fidelidade e a graça da generosidade para pagar ao Senhor o dom incomparável de seu Coração… Vamos rogar ao Senhor que esta Hora Santa nos traga nova luz, uma grande luz, para apreciar a amabilidade e a largueza infinitas de um Deus que nos oferece a fonte de sua própria vida, para dar-nos nova vida… Humilhemo-nos, confundamo-nos… e sobretudo amemos Aquele que nos amou tanto… Ouçamos-lhe a voz…

J— Vós me chamais Senhor e Mestre, e dizeis a verdade, porque de fato o sou… Mas aqui, no sacrário… me sinto feliz, feito escravo do homem ingrato!… E ao dar-me a vós, ao chamar-vos para diante de meu altar… ao solicitar o vosso carinho… ao dar-vos meu Sagrado Coração… Ah! Eu, que sou Senhor do céu e da terra, busco minha satisfação e meu consolo entre vós, flores do campo… areias do deserto… Eu vos amor… mas tanto… tanto! Que tenho necessidade divina de vós… Sem vós, que me tendes ofendido, sem vós, que preferis as vulgaridades da terra… sem vós, filhos pródigos do meu lar… eu, Jesus, não poderia viver!… Meu céu, sem vós, os remidos pelo sangue, meu céu… seria o desterro do Filho do Homem, se não tivesse por diadema de amor a esses mesmos homens. Vós me custastes tanto!

Reconhecei-o, ao menos vós, os melhores do rebanho, confessai-o nesta Hora Santa, porque o mundo não quer persuadir-se de que o amo em tão alto grau… Dizei-me que aceitais o tesouro de meu Coração Divino, para meu triunfo, para minha glória, porque eu, Jesus, o Deus dos tabernáculos, criei o coração humano para descansar nele, para transformá-lo no éden de todas as minhas delícias… Sou o Deus da eternidade… e meu Coração precisa deles aqui no tempo… Sinto necessidade de conviver convosco, meus irmãos!

Estou cansado… estou ferido e triste, não demoreis, vinde com grande amor e dai-me com fé viva uma hospedagem de ternura, de ardorosa fé, de caridade consoladora em vossas almas… Sou Jesus… tendo fome de vós… falai-me… abri-me… amai-me!… Oh! Amai-me sem medida!

C— Viemos para isto; para lhe falar, para abrir e entregar a ele a nossa alma inflamada em grande amor… Que confissão a de Jesus! Precisar de nós… constituir-se mendigo de uma caridade que em consciência lhe devemos!… Respondamos a ele com um protesto de amor ardente, apaixonado… porque é antes nosso coração que precisa dele.

L— Ao ver-te tão de perto e tão benigno, longe de exclamar como teu apóstolo: “Afasta-te, Senhor, porque somos miseráveis pecadores…” queremos, ao contrário, correr a teu encontro, encurtar as distâncias e estreitar a ditosa intimidade entre teu Coração e os nossos…

 

(LENTO)

 

L— Vem, Jesus… vem descansar em nosso amor, quando os soberbos governantes da terra renegarem a tua lei e teu nome…

T— Lembra-te de que somos teus… que fomos consagrados à glória de teu Divino Coração!

L— Vem, Jesus… vem descansar em nosso amor, quando as multidões agrupadas por Lúcifer e os sectários seus sequazes tomarem de assalto o teu santuário e reclamarem teu sangue…

T— Lembra-te de que somos teus… que fomos consagrados à glória de teu Divino Coração!

L— Vem, Jesus… vem descansar em nosso amor, quando gemeres pelos vitupérios e pelas cadeias com que ultrajam a tua Igreja santa os poderosos e pretensos sábios, cujo orgulho condenaste com dulcíssima firmeza…

T— Lembra-te de que somos teus… que fomos consagrados à glória de teu Divino Coração!

L— Vem, Jesus… vem descansar em nosso amor, quando milhares de cristãos não derem importância maior à tua esposa adorável… e te ignorarem simplesmente, o que vem a ser um frio punhal cravado em teu peito sacrossanto…

T— Lembra-te de que somos teus… que fomos consagrados à glória de teu Divino Coração!

L— Vem, Jesus… vem descansar em nosso amor, quando tantos bons e virtuosos medirem com avareza o seu carinho, te derem sua confiança com aborrecida mesquinhez…

T— Lembra-te de que somos teus… que fomos consagrados à glória de teu Divino Coração!

L— Vem, Jesus… vem descansar em nosso amor, quando te oprimir a deslealdade, quando te amargurar a tibieza das almas predestinadas que, por vocação, deveriam ser inteiramente tuas sendo santas…

T— Então, como nunca, nessa hora de desolação sem par, lembra-te de que somos teus… volve para nós os olhos tristes e suplicantes… não te esqueças que estes filhos teus estamos consagrados para sempre à glória de teu Divino Coração!

L— Sobre o altar de nosso sacrifício, por tua glória, queremos que se cante esta palavra:

T— Viva teu Sagrado Coração… venha a nós o teu Reino!

C— Se sentirmos remorso de alguma falta íntima… de recaída em alguma culpa, em falta de generosidade que sabemos o fira muito, aproveitamos e peçamos ao Senhor Jesus um perdão generoso… Ele sabe tudo… mas quer nosso protesto de amor e de arrependimento… (Pausa) Não nos cansemos, voltemos a ouvir a voz do Mestre dulcíssimo.

J— Todo o meu esforço, filhinhos meus, é ver-vos saborear a minha vida… Eu vo-la dei com meu sangue… e quero que a vivais… Eu vo-la dou com meu Coração… Que ele seja a vossa nova vida… Quero-o, porque tendes necessidade de mim em vossas debilidades de consciência… na fraqueza de vossos propósitos… na inconstância de vossa caridade… Vinde vós, os predestinados de minha eucaristia… Eu sou a fortaleza!

 

(LENTO)

 

Saboreai a minha vida. Eu vo-la dou em meu Coração, para quando sentirdes o embate das tentações… Não desmaieis, não cedais às insinuações do inimigo… Sede fortes. Amparai-vos em minha graça. Não me abandoneis, para que não fiqueis sozinhos na luta pela paz… Vinde vós, os predestinados de minha eucaristia… Eu sou a recompensa, só eu sou a vitória.

Saboreai a minha vida. Eu vo-la dou em meu Coração, para quando sentirdes o assalto das criaturas que comigo disputam vosso coração, que querem apegar-vos a terra, que ambicionam distrair-vos do pensamento e do amor de vosso Deus… Desenganai-vos, não presteis ouvidos a esse mundo sedutor e mentiroso… Resisti com valentia e vinde vós, os predestinados de minha eucaristia… Eu sou vosso único confidente, vosso amigo fidelíssimo…

Saboreai a minha vida… Eu vo-la dou em meu Coração, para quando sentirdes o aguilhão do remorso, quando vergardes ao peso de vossos pecados, quando vossa grande miséria vos acusar e vos oprimir qual montanha justiceira… Levantai-vos dessa prostração, não choreis sem esperança nas quedas das culpas… pobrezinhos, enfermos, pecadores… Vinde, sois sempre meus por minha grande misericórdia… Vinde, sois os predestinados de minha eucaristia… Eu sou o perdão de Deus… sou o amor!

Saboreai a minha vida… Eu vo-la dou em meu Coração, para quando sentirdes a nuvem espessa da tristeza e a dor da amargura… Como é triste! Oh! Que sombria e incerta é a vida!… Não a amaldiçoeis nem percais o tesouro de vossas lágrimas preciosas… Não vos aflijais em demasia, não gemais no desamparo e sozinhos… Vinde!… Oh! Sois os predestinados de minha eucaristia… não tardeis… Eu sou néctar e bálsamo. Eu sou o consolo… chamo-me Jesus!

 

(CANTO)

 

C— Jesus nos dá seu Coração não apenas para buscar consolo… Ele no-lo dá para oferecer-nos fortaleza, nova vida e grande misericórdia; no-lo dá, em benefício nosso… Agradeçamos e peçamos com fervor esse dom… peçamos-lhe instantemente que nos guarde, como penhor de amor, no tempo, na morte… e na eternidade.

 

(PAUSA)

L— Obrigado, Senhor Jesus, pela misericordiosa ternura com que, prevenindo nossos males, nos ofereces o remédio prodigioso de teu Coração… Obrigado pela preocupação incompreensível por nossos interesses que deverias esquecer, em castigo de nossos próprios esquecimentos e de tantas ofensas… Obrigado, Jesus benigno e manso do sacrário… Em retribuição do mais íntimo reconhecimento, em desagravo das ingratidões alheias e próprias, queremos nesta Hora Santa, nós, os preferidos de tua pequena grei, pensar com anseios de amor nos teus sacrossantos interesses… São tantos os conjurados que tramam o complô descida da blasfêmia, da negação pública e social de tua realeza… São tantos os culpados comprometidos, Jesus, em guardar um silêncio que te condena com a hipocrisia de quem não se digna sequer nomear-te ou, o que é mais humilhante, de quem aparenta nem sequer conhecer-te… E te açoitam… e te despojam… e te cospem… e por razões que chamam de justiça e de paz social, pedem teu desterro e decretam tua morte!

T—Não, soberano do amor, mil vezes não! Aqui congregados como um cenáculo, vivificando pelo fogo do pentecostes de tua divina eucaristia, protestando contra esse dissídio legal, contra essa morte de Deus de nossa época; e inflamados pelo zelo da glória de tua causa, te aclamamos vencedor e rei, exigimos o triunfo de tua caridade, prometido às hostes que combatem ao grito de “viva o Sagrado Coração”… Não queremos que outro reine, senão tu só!…

L— Aproxima-te, mestre dulcíssimo, e aqui, em meio dos teus, ajuntando-te a nós, teus filhos, recebe o diadema que quiseram arrebatar-te os que, sendo pó da terra, se chamam poderosos, porque, nos abatimentos de tua humildade, imaginam injuriar-te do alto…

Avança triunfante nesta fervorosa congregação de irmãos… não limpes as feridas dos pés nem das mãos… não faças brilhante nem formosa, mas deixa ensangüentada tua cabeça… Ah! e não feches, sobretudo, deixa aberta a profunda e celestial ferida de teu peito… sim, rei de sangue, assim, coberto dessa púrpura de amor e com a túnica de todos os opróbrios… sem transfigurar-te… Jesus, tal como és, o mesmo Jesus da noite pavorosa da quinta-feira santa, apresenta-te, desce e recolhe o Hosana desta guarda de honra que vela pela glória do Coração de Cristo Jesus, seu rei.

T— Viva teu Sagrado Coração!

L— Os reis e governantes poderão pisar aos pés as tábuas de tua lei, mas, ao caírem das alturas do poder, na tumba do esquecimento, teus súditos continuaremos exclamando:

T— Viva teu Sagrado Coração!

L— Dirão os legisladores que teu evangelho é uma ruína e que é dever eliminá-lo em benefício do progresso… mas, ao se despenharem na tumba do esquecimento, teus adoradores continuaremos exclamando:

T— Viva teu Sagrado Coração!

L— Os maus ricos, os orgulhosos, os mundanos, dirão que a tua moral é de outro tempo, que tuas intransigências matam a liberdade de consciência… mas, ao confundirem-se com as sombras da tumba e do olvido, teus filhos continuaremos exclamando:

T— Viva teu Sagrado Coração!

L— Os interessados em ganhar postos e dinheiro, vendendo falsa liberdade e grandeza às nações… chocar-se-ão com a pedra do calvário e de tua Igreja… e ao descerem aniquilados à tumba do esquecimento, teus apóstolos continuaremos exclamando:

T— Viva teu Sagrado Coração!

L— Os arautos de uma civilização materialista, longe de Deus e em oposição ao evangelho… morrerão um dia envenenados por suas maléficas doutrinas e, ao desaparecerem na tumba do esquecimento, amaldiçoados pelos próprios filhos, teus consoladores continuaremos exclamando:

T— Viva teu Sagrado Coração!

L— Os fariseus, os soberbos e os impuros envelhecerão estudando a ruína, mil vezes decretada de tua Igreja… e ao sumirem derrotados na tumba de um eterno esquecimento… teus redimidos continuaremos exclamando:

T— Viva teu Sagrado Coração!

L— Oh! Sim! Que viva teu Sagrado Coração, mesmo que depois de Lúcifer, o anjo das trevas, for expulso dos lares, das escolas, dos povos, e tragado para sempre pelo abismo, teus amigos continuaremos exclamando pelos séculos dos séculos:

T— Viva teu Sagrado Coração!

L—Viva no triunfo de tua eucaristia e de tua Igreja!… Viva sempre teu Sagrado Coração!

L— Senhor, temos que nos despedir, deixando-te nesse altar, confiado à adoração de teus anjos e aos louvores da Virgem Mãe… Saímos de teu lado, Jesus, mas deixamos nossos corações na chaga sangrenta e celestial do teu… Ah! e ao despedir-nos nesta tarde, “mais linda que a aurora”, consente, Salvador e Irmão, Senhor e Amigo, consente, ò Deus aniquilado ,que te lembremos os muitos infelizes que não estão aqui a teus pés, que te deixaram culposamente…

 

(LENTO)

 

L— És tão doce, Jesus-eucaristia, devolve a luz a tantos cegos que não querem ver as tuas maravilhas… nem reconhecer-te a ti como o caminho…

T— Por tua Mãe e por teu Coração, que eles vejam…

L— És tão terno, Jesus-eucaristia, dá paz a tantos que a buscam extraviados na orgia sedutora de um mundo que, cantando, vende lágrimas e morte…

T— Sê tua a sua esperança… por tua Mãe e por teu Coração.

L— És tão compassivo, Jesus-eucaristia, sacia a fome de amor, de amor imenso que desviou a tantos pródigos… São infelizes, e como não ser… longe do manancial de teus altares!… Mostra-lhes teu lado… que reconheçam que só tu és a vida e o amor…

T— Por tua Mãe e por teu Coração, que eles reconheçam o teu amor…

L— És tão amoroso, Jesus-eucaristia, suaviza os prantos desesperados daqueles que por sofrer as horríveis decepções da vida, sem o apoio de tua graça se envenenaram com suas lágrimas… e se acham num abismo muito longe dos gozos da terra, e mais longe ainda das delícias de um paraíso eterno… Desce até esses infelizes… busca-os, sai ao encontro deles com aquelas palavras que fazem brotar torrentes, mares, céus de júbilo inefável, nas regiões da eternidade…

T— Sê tu a sua esperança… por tua Mãe e por teu Coração…

 

(CANTO)

 

L— Que tenho eu, divino prisioneiro, que não me tenhas dado? Que sei eu que não me tenhas ensinado? Que valho eu, se não estou a teu lado? Que mereço eu, se a ti não estou unido? Perdoa-me os erros que contra ti cometi!

T— Pois me criaste sem que eu o merecesse e me remiste sem que to pedisse. Muito fizeste em criar-me. Muito em redimir-me. E não serás menos poderoso em perdoar-me…

L— O muito sangue que derramaste e a acerba morte que padeceste não foi pelos anjos que te louvavam, mas por mim e outros pecadores que te ofendem… Se te neguei…

T— Deixa-me reconhecer-te.

L— Se te injuriei…

T— Deixa-me louvar-te.

L— Se te ofendi…

T— Deixa-me servir-te, porque é mais morte a vida, quando não empregada em teu santo serviço.

(Indique-se aqui alguém, cuja conversão é de grande interesse para a Comunidade).

L— Agora, chama-nos, manda-nos vir a ti… uma vez que chegamos a conhecer as belezas do Coração do Irmão, do Amigo, do Rei, de nosso Deus, do benigníssimo Jesus… queremos ficar aqui para sempre, mas só depois de escreveres nele os nossos nomes, agora mesmo, enquanto te estamos adorando aqui em teu amado tabernáculo… Senhor, faze violência a teus filhos… escraviza-nos na prisão de caridade de teu lado… onde te adoremos e te amemos… onde vivamos de tua vida… onde te cantemos, Jesus, pelos séculos e séculos, glorificando-te nas misericórdias inefáveis de teu Sagrado Coração: venha a nós o teu reino!…

C— Pai-nosso e ave-maria pelas intenções particulares dos presentes. Pai-nosso e ave-maria pelos agonizantes e pecadores. Pai-nosso e ave-maria pedindo o reinado do Sagrado Coração mediante a comunhão freqüente e diária, a Hora Santa e a Cruzada da Entronização do rei divino nos lares, sociedades e nações.

L— Coração divino de Jesus, venha a nós o teu reino! (cinco vezes)

L— Senhor Jesus, pudemos velar contigo uma hora em Getsêmani e de bom grado ficaríamos aos pés do sacrário para sempre, se teu amor o consentisse… Levamos daqui paz, muita paz, consolações divinas e nova vida… Mas, sobretudo, nos despedimos com a satisfação de ter dado a ti, amadíssimo mestre, alívio de caridade, desagravo de fé e reparação de amor que reclamaste, entre soluços, de tua confidente Margarida Maria… Atende, pois, Senhor Jesus, acolhe manso e bondoso, a nossa derradeira prece…

L— Coração agonizante de Jesus, triunfa… e sê a perseverança da fé e da inocência das crianças que comungam…

T— E sê amigo delas!

L— Coração agonizante de Jesus, triunfa… e sê o consolo dos pais de todos os lares…

T— E sê a vida deles!

L— Coração agonizante de Jesus, triunfa… e sê o amor da multidão que sofre e dos pobres que trabalham…

T— E sê o rei deles!

L— Coração agonizantes de Jesus, triunfa… e sê a doçura dos aflitos, dos tristes…

T— E sê o irmão deles!

L— Coração agonizante de Jesus, triunfa… e sê a fortaleza dos tentados, dos fracos…

T— E sê a vitória deles!

L— Coração agonizante de Jesus, triunfa… e sê o fervor e a constância dos tíbios…

T— E sê o amor deles!

L— Coração agonizante de Jesus, triunfa…. e sê o centro da vida militante da Igreja…

T— E sê o estandarte triunfante dela!

L— Coração agonizante de Jesus, triunfa… e sê o zelo ardente e vitorioso de teus apóstolos…

T— E sê o Mestre deles!

L— Coração agonizante de Jesus, triunfa… e sê na eucaristia a santidade e o céu das almas…

T— E sê seu paraíso de amor… sê seu todo!

L— E enquanto não chega o dia eterno e venturoso de cantar tuas glórias, deixa-nos, dulcíssimo Mestre, sofrer, amar e morrer sobre a celestial ferida do lado, murmurando ali, na chaga de teu amoroso Coração esta palavra triunfadora: “Venha a nós o teu reino!”

Coração Divino de Jesus!

T— Venha a nós o teu reino!

(Cinco vezes em honra das cinco chagas)